terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mais uma dedicatória à nossa Quarta-Feira


Quarta-Feira tão linda e tão bela
És das aldeias a mais singela
Gente boa não te falta
Já diziam os meus avós
Oh quem dera que houvesse mais
Povos como nós

É Povo trabalhador
Que ao trabalho tem amor
E odeia toda a preguiça
Trabalha toda a semana
Mas ao domingo deixa a cama
Para ir à Santa Missa


Situada em frente à Serra
Que toda a gente conhece
Como Serra da Estrela
Só quem já a visitou
É que pode confirmar
O elogio que faço dela


Tem vinho e muito azeite
O nascente na Ladeira
Não é novidade nenhuma
Pois cantava assim na Quarta-Feira
O grande Ti Luís Cunha


Quem no verão por aqui passa
Encontra-lhe tanta graça
Que até se lhe houve dizer
Oh que linda é esta terra
Situada cá na Serra
Quem me dera cá viver

 

Quem a quiser visitar
Basta apenas por aqui passar
E verá que mete cobiça
De certeza que  vai adorar


 

 

 

 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Sensação de Sexta-Feira versus Domingo à tarde


Depois de uma semana de trabalho “árduo” e à medida que a sexta-feira e o fim de semana se aproxima as nossas mentes vão ficando com uma predisposição diferente, isto é fica-se mais bem disposto, mais motivado e com uma vontade enorme que a hora de saída chegue o mais rápido possível, pois afinal o descanso está a chegar e a Quarta-Feira a aguardar por aqueles que no fim de semana a vão visitar.

Voltar à Quarta-Feira depois de uma semana de trabalho é sem dúvida a melhor maneira de recarregar baterias para a semana seguinte, pois aqui, como diz a juventude “não há stress” ou “tá-se bem”, aqui a liberdade é plena uma vez que cada um pode fazer do tempo aquilo que bem lhe apetecer, como ir ao café, fazer uma caminhada, andar de bicicleta ou de mota, ir à lenha, cuidar dos campos ou simplesmente dormir se for essa a vontade porque aqui não há absolutamente nada que incomode, antes pelo contrário, na Quarta-Feira ainda há algumas cabrinhas e ovelhas que com os seus guizos ajudam a embalar aqueles que querem relaxar.

A sensação de regressar sexta-feira à Quarta-Feira, respirar o ar puro, rever as nossas gentes, ver como estão as plantas, sentir os cheiros de cada estação, são tudo emoções que em tudo contrastam com as de domingo à tarde em que o fim de semana está a terminar e a segunda-feira a chegar com todas as rotinas que muitas vezes pouco ou nada apetecem mas que têm inevitavelmente de ser cumpridas.

Na Quarta-Feira o tempo é mais veloz, pois aqui o tempo passa a voar e rapidamente se esgota o fim de semana ou as férias, pelo menos é uma opinião partilhada por muitos dos nossos emigrantes ou por outros que aqui vêm com alguma regularidade, ao passo que noutros locais, especialmente nos sítios em que trabalhamos, o tempo corre mas é devagar parecendo mesmo que o tempo está a parar ou que não quer andar.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Procissão de São Martinho ( Em Sortelha )


No dia de São Martinho,  os rapazes novos e os homens amigos da paródia passavam pelas ruas principais da terra levando um burro com um pipo de vinho no lombo, seguro entre duas faixas de palha.

O pipo tinha a torneira virada para trás, sobre o rabo do burro. De vez em quando paravam ( sobretudo em frente à casa dos maiores consumidores de vinho) bebiam, enalteciam as virtudes do vinho e dos bêbados mais afamados da terra e convidavam quem parava para ver e para beber.

Para o efeito diziam:

Queres vinho?

Vai tirá-lo ao rabo do burro!...
A paródia prosseguia até que esgotassem o vinho.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

“ Este ano temos que beber “munta” água”


Quem o diz é Joaquim Gomes, homem entendido no vinho e na vinha.
O saber empírico, isto é, o saber de experiência feito permite tirar ilações que a própria ciência, muitas vezes, não consegue explicar.
Segundo a opinião deste homem, este ano será sim um ano de vinho mas não aqui, pois na Quarta-Feira, as uvas , devido às condições climatéricas, não se desenvolveram como é costume, contudo sempre irá dar para encher as pipas mais pequenas e para fazer umas litradas de bagaço nas tradicionais caldeiras que são sempre um motivo para uns serões animados com uns figos secos pelo meio para dar vida e forma a uma tradição tão antiga cuja origem já se perde na nossa memória.
Pelo sim pelo não o melhor, este ano, é aceitar mesmo os conselhos de quem entende e neste caso o Joaquim Gomes aconselha beber “munta água” que pelo menos para beber ainda não falta.

A Volta fez a volta por cá