terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os serões de antigamente


Para contar ao pormenor não será fácil porque todos sabem que “cá o rapaz” não é propriamente do tempo dos verdadeiros serões à moda antiga, apesar de ter já ouvido contar muitas vezes, a várias pessoas da Quarta-Feira, recordações de outros tempos, de forma nostálgica, o quão agradáveis eram os tais serões que hoje, infelizmente, devido a condicionalismos vários já não se praticam.
Seria pois necessário recuar bastante no tempo, por volta dos anos cinquenta, sessenta ou setenta para podermos compreender como eram na realidade os serões Quartafeirenses daquela época.
Tudo começava depois de jantar, após mais um dia cansativo nas lides do campo.
Os vizinhos reuniam-se na casa uns dos outros à volta da lareira nas frias noites de Inverno, onde à luz da candeia completavam tarefas que à luz do dia não foi possível realizar.
As mulheres fiavam a lã, o linho ou remendavam e faziam algumas roupas como camisolas de lã, meias e outras. Os homens entretinham-se com o tradicional jogo de cartas, falavam do tempo, das colheitas ou das sementeiras e muitas vezes planeavam-se trabalhos para o dia seguinte. As raparigas passavam o tempo a fazer renda ou a bordar, a pensar no enxoval enquanto ao lume se assavam umas castanhas que antigamente havia em abundância na Quarta-Feira.
Chegada a hora de ir embora, cada um pegava nos seus agasalhos e com votos de boa noite e um até amanhã regressavam a casa.
Segundo se conta na Quarta-Feira, um famoso lugar de serões era na loja da casa que hoje é do Ti Manuel Marques e da Ti Prudência.
Era lindo, era salutar e deixaram saudades os serões vividos e contados à luz da candeia.  

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