sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Assento de Batismo do Ti Eusébio Leal


A figura do ti Eusébio é ainda hoje um nome bastante conhecido entre os moradores da Quarta-Feira, no entanto já ninguém tinha a mais pequena ideia de quem teriam sido os pais deste homem.
Para desmistificar mais um pouco da história deste homem e da Quarta-Feira aqui fica um documento retirado do livro de assentos de batismo do ano de 1886 da freguesia de Sortelha que consta no arquivo distrital da Guarda.



Documento Original





Para melhor se perceber o que está escrito no documento aqui está a transcrição


Aos treze dias do mês de Setembro de mil oitocentos e oitenta e seis, nesta paróquia e igreja de Sortelha, Concelho do Sabugal, Diocese da Guarda, baptizei solenemente um individuo do sexo masculino a quem dei o nome de Eusébio e que nasceu nesta freguesia pelas três horas da manhã do dia cinco do dito mês, e ano, filho legitimo e primeiro deste nome de António Leal, jornaleiro e Maxima Clara, sem profissão, naturais, moradores, paroquianos e residentes nesta freguesia, neto paterno de João Leal e Rita Maria e materno de Luiz da Costa Clara e Josefa Bairras. Foram padrinhos Eusébio Lopes Soares e sua mulher Francisca Leal, proprietários naturais desta freguesia, os quais sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de lido e inferido perante os padrinhos o assino só com o padrinho por não saber escrever a madrinha.
Escrito por
O padrinho – Eusébio Lopes Soares
O Vigário – Agostinho Pereira

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2011 aproxima-se do fim

O ano de 2011 está quase a finalizar. Enquanto isso acontece, a humanidade continua à procura da verdadeira felicidade e na verdade talvez não haja nada mais legítimo que isso.
A felicidade não é um estado final ao qual se chega e, depois disso, não há mais nada a fazer, tal como o sucesso, pois uma coisa é chegar lá, outra bem diferente e mais trabalhosa é preservar o que foi conquistado.
A felicidade que a humanidade, confusamente, procura não está em nenhum lugar específico, nem tão pouco relacionada com nenhum ato especial. A felicidade é uma conquista que se faz todos os dias em todos os momentos, em cada pequena e grande atitude.
Com este espírito da conquista da felicidade e com o pensamento que nenhum ano será realmente novo se continuarmos a cometer os mesmos erros dos anos velhos aqui ficam os votos de que o ano novo que se inicia seja para todos os Quartafeirenses um ano de prosperidade em cada dia e cada momento possa ser vivido intensamente com muita paz e esperança, pois a vida é uma dádiva e cada instante uma bênção de Deus.

Recordar o Senhor Padre José Pires é recordar mais um pouco da História da Quarta-Feira, pois este homem assegurou, durante mais de trinta anos, o serviço religioso desta aldeia.




quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Natal Na Quarta-Feira

Das festas do calendário, o Natal é aquela que assume maior significado para as gentes desta terra.
É nesta quadra, à semelhança do que sucede no resto do país, que as famílias se juntam para a festa da consoada na noite de Natal.
 A rapaziada, uma ou duas semanas antes, começa a juntar a lenha para o madeiro que irá arder na noite de Natal, antigamente em carros de bois e atualmente em reboques de tratores. Era costume, a rapaziada sorrateiramente entrar nos currais agarrando algumas giestas e lenha miúda que os donos guardavam nos cobertos ao abrigo da chuva, para melhor atear o madeiro, principalmente quando a noite estava de chuva ou neve.
O madeiro ou mariano como também era conhecido noutros tempos, é composto por troncos enormes e sobretudo grossas raízes de árvores, que foram arrancadas e que pela sua dimensão, não servem para queimar em casa, sendo guardadas para esse fim.
Terminados os trabalhos do madeiro todos recolhem a casa, onde mães e filhas, em grande azáfama, preparam a consoada, confecionando os pratos tradicionais desta aldeia, onde não pode faltar a bela couve cozida com bacalhau, as filhoses, as rabanadas, e o arroz doce, entre outras coisas que irão fazer as delícias de toda a família, nessa noite e no dia de Natal.
Por volta da meia noite, depois da consoada,  as pessoas juntam-se no lugar do madeiro que ultimamente tem sido na Rua da Capela e é posto o fogo àquele grande amontoado de lenha, que não demora em arder em grandes labaredas que atingem vários metros de altura, fazendo afastar toda a gente dada a intensidade do calor que dele irradia.
Junto à fogueira, a rapaziada fica uma boa parte da noite, costumando assar  uns frangos nas brasas do madeiro a acompanhar com um bom garrafão de vinho, o que mantém a alegria até de manhã.
Segundo diziam algumas pessoas mais antigas, era costume os rapazes baterem com uns cacetes nas brasas fazendo subir no ar milhões de “funiscas” ajudando assim a aumentar a alegria da festa.




quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Será um Quartafeirense um beirão igual aos outros ?

Ser Quartafeirense é antes de mais ser descendente de gente que aqui viveu há centenas ou milhares de anos, com mais ou menos dificuldades, resultantes do espaço geográfico em que esta aldeia se insere, no meio de grandes montanhas e com enormes problemas de mobilidade até a estrada ser construída .
Ser Quartafeirense é ter nascido neste vale fértil e deslumbrante com vista para a Estrela geralmente coberta pelo manto branco no meses de inverno e na primavera este vale transforma-se numa explosão de natureza com árvores a desabrochar e o florir.
Ser Quartafeirense é ser de uma terra de emoções, de sensações e tradições em que há uma vasta relação dos cheiros, dos sons, dos sabores, das palavras e das nossas gentes.
Enfim… ser Quartafeirense é um espetáculo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A Ti Clementina e o seu gatinho de estimação

Recordar a ti Clementina é recordar mais um pouco do passado da Quarta-Feira, pois esta mulher que faleceu em 1987 teve uma história de vida algo atribulada e difícil.
Clementina Maria foi casada com Jesuino Gomes e foi mãe de Maria D’ Assunção e de Firmino Gomes.
Dois ou três anos após o seu casamento, o seu marido, à procura de melhor vida, em 1926 partiu para França deixando-a na Quarta-Feira com dois filhos ainda de tenra idade para criar, o que não deve ter sido tarefa fácil.
Já em França o seu marido, a trabalhar numas minas de carvão foi ganhando algum dinheiro, parte do qual ia enviando para a ti Clementina tratar dos filhos.
Entretanto o tempo foi passando e o seu marido apenas veio a Portugal duas vezes, pois com o passar do tempo, com a distância e com a falta de meios de comunicação, a ti Clementina  e o ti Jesuino estiveram cerca de 31 anos sem se verem um ao outro, pois só se voltaram a encontrar em 1957 quando ela tomou a iniciativa de viajar até França e ir ao encontro do marido.
O que é curioso é que a ti Clementina, por indicação de alguém lá foi dar com o sítio onde o seu marido se encontrava, mas a verdade é que quando ela bateu à porta da casa onde ele estava nenhum deles reconheceu o outro, pois passado tanto tempo as feições físicas não seriam exactamente as mesmas de outrora.
Segundo se consta o ti Jesuino que a ti Clementina encontrou em França, na altura com cinquenta e poucos anos tinha um aspecto de uma pessoa completamente envelhecida com nenhuma ou pouca semelhança com o homem com quem um dia ela se havia casado e do qual tinha dois filhos.
Após o reencontro a ti Clementina ficou por lá e viveu cerca de um ano com o seu marido, que devido aos malefícios das minas acabou por morrer ainda bastante novo.

sábado, 10 de dezembro de 2011

A inocência dos meninos da aldeia!!!

José Maria da Costa - Um combatente de outros tempos

Aqui está uma recordação da qual só alguns quartafeirenses terão alguma lembrança. Este homem nasceu em 1894 e faleceu em 28/02/1975.
Para quem não sabe, José Maria da Costa foi pai de Joaquim José ( conhecido por Joaquim Morgado ), Maria Josefa, Belmira de Jesus, Benjamim da Costa, e Manuel Morgado, tendo sido casado com uma senhora chamada Josefa que era da Sobreira.
José Maria da Costa foi um ilustre combatente em França durante a primeira guerra mundial, onde foi vítima de gazes perigosos lançados pelas tropas nazis, pelo que veio a ter direito a uma reforma de mais ou menos 500 escudos pelos danos irreparáveis de que foi alvo.
Além de combatente, este homem foi também um aficionado pela arte equestre, pois tinha sempre a seu cuidado um belo cavalo com os devidos arreios de forma a dar os seus passeios e as suas deslocações do dia a dia, pois com o cavalinho deslocava-se com facilidade a Sortelha, à Bendada, ao Sabugal ou a outro qualquer lugar que necessitasse.
Para ver e recordar aqui fica então um documento que mostra a sua qualidade de soldado reformado.

sábado, 3 de dezembro de 2011

A Quarta-Feira foi ponto de encontro de antigos mineiros


Hoje, dia 3 de Dezembro a Quarta-Feira foi ponto de encontro de muitos antigos mineiros.
Por volta das 11 horas chegaram dois autocarros com pessoas provenientes de várias localidades, houve uma recepção no salão do auditório da Quarta-Feira ( antiga escola primária ) e ao meio dia na capela da Quarta-Feira foi celebrada uma missa.
Após a missa os antigos mineiros foram almoçar no restaurante o Moinho em Santa Ana D’ Azinha, onde certamente reviveram os tempos difíceis que passaram nas minas.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

As portagens chegam dia 8 de Dezembro

Desta vez parece que é mesmo a sério, as portagens vão mesmo ser uma realidade na A23 e A25, no entanto para quem tem residência por estas bandas está isento das primeiras dez viagens de cada mês, tendo para isso de se dirigir a uma estação de correios, comprar o chip da Via Verde e pedir a discriminação positiva.
Para os Quartafeirenses que estão lá longe e que possam comprovar que têm aqui uma morada ( através de uma carta da EDP ou outra qualquer ), também podem pedir a isenção, pois a morada do contrato da Via Verde não tem que ser obrigatoriamente a que consta no documento único ou no registo de propriedade do veículo.